26 de janeiro de 2017

Os maiores guerreiros do mundo #3

Grandes guerreiros são raros, principalmente hoje em dia, por isso os poucos que se destacam sempre são lembrados, seja em filmes, canções ou livros, suas histórias sempre mexem com a imaginação das pessoas.
Conheça agora mais alguns dos maiores guerreiros que já viveram, e se quiser clicar no link você vai ver ainda mais guerreiros, tanto humanos quanto animais.

Domínio público
Quando se trata de samurais poucos nomes tem tanta fama quanto o de Hattori Hanzō, consagrado como um dos mais importantes espadachins da história, pouco realmente se sabe sobre ele, o que apenas faz com sua lenda misteriosa cresça cada vez mais. Mas o que realmente faz com que ele seja único é que além de seu treinamento samurai Hattori também se consagrou no imaginário popular como um grande ninja.
Filho de um samurai sem renome, Hattori Masanari ou Hattori Hanzō nasceu perto do ano de 1542, ainda jovem ele ganhou o apelido de Oni, ou Demônio, porque ele não tinha medo de nada. Aos 16 ele participou de sua primeira grande batalha onde ele invadiu o castelo de Kaminogō para salvar a família do futuro shogum Tokugawa Ieyasu que estava sendo feita de refém. Para invadir o castelo ele contou tanto com seu treinamento samurai quanto seu breve, porém efetivo, treinamento ninja.
Em 1570 e 1572 Hattori participou de mais duas grandes batalhas e devido ao seu grande sucesso ele foi promovido a comandante de uma tropa de 150 homens. Durante a batalha de Mikatagahara, ele conseguiu capturar um espião inimigo e quando as tropas inimigas avançaram ele conseguiu contra-atacar usando apenas 30 de seus homens.
Durante a guerra de Tenshō Iga, Hattori planejou uma defesa estratégica descrita como "brilhante" contra as forças de Oda Nobukatsu, mas mesmo assim ele perdeu a batalha.
Sua maior contribuição a história veio em 1582, quando Oda Nobunaga (pai de Oda Nobukatsu) morreu, Hanzō ficou encarregado de levar o futuro shogum Tokugawa Ieyasu para outra província em segurança, para isso ele liderou os clãs de ninjas Iga e Kōga-ryū, que costumavam ser rivais. Tudo saiu como o Demônio queria, o shogum chegou em segurança, ele foi pago (possivelmente com arroz) e ganhou mais samurais para comandar. 
Mas a história de Hattori Hanzō tomou um rumo inesperado, ao invés dele morrer em um campo de batalha como os samurais normalmente faziam ele acabou se aposentando e virou um monge, ele morreu em 1596 aos 55 anos.
Sua história foi contada várias vezes desde então, as pessoas até mesmo diziam que ele tinha poderes sobrenaturais, o que ajudou ele a se fixar na história moderna como um grande guerreiro. A história da vez em que ele se recusou a ajudar o filho do shogum a se suicidar, porque ele foi acusado de traição, ganhou o coração do povo e dizem que o próprio shogum olhou para Hattori e disse: "Até um demônio pode chorar".
Hoje Hanzo já apareceu em diversos mangás, animes, filmes, livros, contos, canções e até jogos de videogame, ele foi quem possivelmente serviu de inspiração para o personagem Scorpion da aclamada série Mortal Kombat, cujo nome verdadeiro é Hanzo Hasashi. Em outras palavras, Hattori nunca será esquecido.

Domínio público
Juan Pujol García não tem o rosto de um grande guerreiro, e provavelmente ele não tinha nenhuma habilidade de combate, mesmo assim ele se consagrou como um grande espião, um guerreiro mais discreto do que os outros tipos. E sua história é tão incrível quanto a de outros guerreiros.
Juan nasceu na cidade de Barcelona, na Catalunha, Espanha, entre 1912 e 1914, ele era o terceiro de quatro filhos, seu pai era dono de uma fábrica de corantes. Aos 7 anos foi mandado para um internato onde ficou até os 11. Aos 13 foi para outra escola, mas brigou com um professor e desistiu de estudar se tornando um aprendiz em uma loja de ferragens. Depois de vários empregos ele se juntou ao exército mas percebeu que ele não era um bom soldado, ele não gostava de cavalgar e, segundo ele mesmo, ele não tinha "lealdade, generosidade e honra suficiente".
Em 1936 a Guerra Civil Espanhola começava, seu cunhado se juntou ao exército e sua mãe e irmã foram presas algum tempo depois acusadas de traição, mas um parente seu conseguiu salvá-las. Ele mesmo não queria participar da guerra e acabou sendo preso, até que foi libertado por um grupo chamado Socorro Blanco. Acabou lutando nos dois lados da guerra e foi preso novamente por pouco tempo.

Toda essa confusão fez com que ele, agora um simples fazendeiro pai de família, odiasse o comunismo e também o fascismo, Juan se orgulhava do fato de que ele lutou dos dois lados da mesma guerra sem disparar uma única bala. Mas sua história estava apenas começando.
Em 1940 Adolf Hitler havia subido ao poder e Juan decidiu que ele tinha de fazer alguma coisa "pelo bem da humanidade", mesmo que ele estivesse sozinho. Ele tentou contatar os ingleses 3 vezes, mas eles não queriam um simples fazendeiro que nem sabia cavalgar direito como um espião. Juan decidiu então se tornar um espião nazista, assim ele poderia se tornar um agente duplo para os ingleses e eles seriam obrigados a contratá-lo.
Com identidade e documentos falsos ele colocou seu plano em ação, ele contatou o nazista Friedrich Knappe-Ratey que o contratou como espião, lhe deram equipamentos de ponta e até dinheiro. Sua missão era ir para a Inglaterra e recrutar mais espiões lá.
Ao invés de fazer isso ele se mudou para Lisboa em Portugal e usando um guia de turismo, revistas e o noticiário ele escrevia relatórios que pareciam verdadeiros, mas eram pura mentira. Mas isso não bastava, os nazistas queriam que ele contratasse espiões para eles, então ele resolver inventar eles também, em pouco tempo ele tinha uma rede de espiões que nem ao menos existiam trabalhando para os nazistas, que não sabiam de nada.
Como ele nunca havia estado de verdade na Inglaterra ele cometeu vários erros em seus relatórios, mas eles ainda eram bons o suficiente para que o próprio serviço de inteligência britânico investigasse Juan.
Os americanos e os ingleses finalmente perceberam que Juan, o soldado que nem sabia cavalgar, era de grande uso para eles e resolveram contratá-lo. Usando os apelidos de Garbo e Alaric ele conseguiu enganar os nazistas várias vezes e ajudou na invasão conhecida como Dia D. Suas mensagens falsas chegaram até mesmo nos ouvidos do próprio Hitler e naquela época os nazistas consideravam ele um de seus melhores agentes.
Curiosamente o seu inimigo mais mortal foi sua própria esposa, que ameaçou revelar pra todo mundo que seu marido era um espião se ela não ganhasse o que quisesse, incluindo uma viagem para visitar sua mãe. Para impedi-la de estragar o seu disfarce, o Sr. Pujol teve de inventar uma história com o MI5 (que é o serviço de inteligência doméstico britânico) de que ele tinha sido preso por eles após uma violenta discussão sobre o tratamento injusto dela. Depois de uma "explosão histérica" ​​e de uma aparente tentativa de suicídio, ela foi levada a um centro de interrogatório e, ao ver o marido com a barba por fazer e com roupas de prisioneiro, ela prometeu, entre lágrimas, continuar apoiando seus esforços de espionagem. Obviamente eles viriam a se divorciar após a guerra.
No fim da guerra o espião já havia ganhado medalhas tanto pelos nazistas quanto pelos ingleses, sendo a única pessoa que conseguiu essa façanha. Os nazistas nunca perceberam que eles foram enganados esse tempo todo e Juan recebeu deles US$ 340.000 pra manter sua rede de 24 espiões que nem existiam de verdade.
Juan ficou conhecido como "O Homem que Enganou Hitler", mas ele temia que os nazistas iriam querer vingança, então com a ajuda dos ingleses ele foi para Angola e fingiu sua própria morte de malária em 1949. Ele passou o resto de seus dias levando uma vida calma, abriu sua própria loja de livros e presentinhos e morreu de causas naturais aos 76 anos.
Até hoje Juan, Garbo ou Alaric é considerado um dos melhores espiões de todos os tempos, nem mesmo os outros agentes com quem ele trabalhou sabiam seu nome verdadeiro, sua vida virou filmes e livros e o fazendeiro perdedor vai ser sempre lembrado como um grande espião.

Domínio público
Quando se trata dos maiores soldados do mundo não podemos deixar de falar sobre Simo Häyhä, esse cara está sempre nas discussões sobre o assunto e quando se fazem listas ele geralmente está em primeiro lugar, e não é para menos, seus feitos são realmente incríveis.
Häyhä nasceu na cidade de Rautjärvi, próxima da atual fronteira Finlândia-Rússia. O cara, assim como o espião Juan, era um simples fazendeiro com cerca de 1,60 m, ele não tinha um corpo de soldado, mas ele cumpriu seu serviço militar obrigatório de um ano em 1925, e acabou sendo convocado novamente em 1939 após a eclosão da Guerra de Inverno entre a Finlândia e a União Soviética, como ele era um ótimo atirador (graças a sua experiência como caçador) ele virou um sniper.
Lutando em temperaturas que iam dos -20ºC aos -40ºC e usando uma camuflagem totalmente branca, Simo preferia não usar uma mira telescópica em seu rifle, com o tempo ele aprendeu a compactar a neve à sua frente para que o tiro não a soprasse e revelasse sua posição aos inimigos. Ele também colocava neve na boca, escondendo assim quaisquer sinais que sua respiração pudesse provocar.
Em pouco tempo o fazendeiro já havia matado mais de 500 soldados soviéticos, sem nunca ter sua posição descoberta, Simo virou uma lenda, tanto que seus inimigos o apelidaram de "A Morte Branca", apenas ouvir esse nome fazia com que eles tremesse de medo.
Claro que os soviéticos não gostaram nada disso e para aumentar a moral do exército eles criaram uma força tarefa de snipers cujo único objetivo era matar a Morte Branca, além disso eles usaram assaltos de artilharia. Usar um exército para matar apenas um homem pode parecer ridículo, mas Simo continuou matando mais soldados soviéticos, ele matava no mínimo 5 soldados inimigos por dia, até que em 6 de março de 1940 Häyhä foi atingido por um tiro de munição explosiva na mandíbula durante um combate possivelmente de curta distância. Com o impacto, o projétil girou e atravessou-lhe o crânio. Ele foi resgatado por soldados aliados, que disseram que "metade do seu rosto estava faltando", mas a Morte Branca não chegou a encontrar a Dona Morte e sobreviveu ao trauma. Ficou inconsciente até 13 de março, um dia após a assinatura do tratado de paz que pôs fim a guerra.
Pouco depois Häyhä foi promovido de cabo a primeiro-tenente pelo marechal-de-campo, nenhum outro soldado jamais conseguiu uma escalada de posto tão rápida na história militar da Finlândia.
Häyhä levou anos para se recuperar do ferimento, mas ele acabou se recuperando e se aposentando tornando-se um caçador de alces e criador de cachorros após a Segunda Guerra Mundial, ele até mesmo chegou a caçar junto com o presidente finlandês da época.
Em 1998, ao ser perguntado sobre como conseguiu se tornar um atirador tão bom, ele respondeu, "prática". Questionado se tinha remorsos por ter matado tantas pessoas, ele disse, "fiz o que me mandaram fazer, da melhor forma possível". Acredita-se que juntando suas mortes por rifle e metralhadoras Simo "A Morte Branca" Häyhä matou sozinho cerca de 800 soldados inimigos, o que lhe rendeu várias medalhas.
Simo passou seus últimos dias vivendo uma vida calma em um vilarejo perto da fronteira, ele morreu em 2002 aos 96 anos de idade. Sua lenda foi contada em diversas revistas e ele até inspirou canções, até hoje ele é considerado o melhor sniper da história do mundo, e um dos melhores guerreiros também.

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