Ser parte da comunidade LGBT hoje em dia já não é fácil, mas antigamente era ainda pior. Devido ao medo de serem linchados ou presos muitos homossexuais ao redor do mundo desenvolveram seus próprios códigos secretos para poderem se encontrar em público com pessoas de interesses similares, e alguns desses códigos sobrevivem até hoje. Conheça os principais deles agora mesmo.
Vamos começar com o incrível fato de que gays tinham sua própria língua! Ou quase isso. Conheça o Polari, um idioma inglês que combina elementos do romani, latim, gíria rimada e até mesmo palavras de trás pra frente. Os homossexuais usavam essa linguagem para falar em público sem ter problemas com homofóbicos e com a lei.
A língua, porém, não era exclusiva da comunidade LGBT, ela era usada por todos aqueles que eram "marginalizados" pela sociedade, o que inclui atores, circenses, lutadores profissionais, marinheiros da marinha mercante, criminosos e prostitutas.
A língua, porém, não era exclusiva da comunidade LGBT, ela era usada por todos aqueles que eram "marginalizados" pela sociedade, o que inclui atores, circenses, lutadores profissionais, marinheiros da marinha mercante, criminosos e prostitutas.
Agora vamos falar do código mais famoso da comunidade LGBT+, o código do lenço. Ele é muito simples, basta usar um lenço de uma determinada cor para indicar a sua sexualidade ou fetiche sexual. E usar um lenço no lado esquerdo do corpo normalmente indicava que aquela pessoa era ativa, enquanto do lado direito ela era passiva.
Como nós já dissemos em nossa série de matérias sobre os significados secretos das tatuagens, a tatuagem de um triângulo rosa tem um verdadeiro significado secreto, ela é uma tattoo LGBT, ou seja, uma tatuagem gay, sua história, porém, é bem triste.
Na Alemanha nazista prisioneiros gays em campos de concentração eram forçados a usar triângulos rosas como um sinal de vergonha. Na verdade esses prisioneiros eram os "mais baixos dos mais baixos" na hierarquia dos campos de concentração, nem os outros presos gostavam deles. Os nazistas torturaram os prisioneiros gays castrando alguns deles e sodomizando-os com itens como vassouras. Eles também realizaram experimentos perigosos com eles para encontrar curas para a febre do tifo e também para a homossexualidade. E mesmo após os judeus serem libertados, os prisioneiros gays continuaram em campos de concentração, isso porque ser gay era ilegal na época.
Hoje em dia o triângulo rosa é usado como símbolo de orgulho pela comunidade LGBT.
Na Alemanha nazista prisioneiros gays em campos de concentração eram forçados a usar triângulos rosas como um sinal de vergonha. Na verdade esses prisioneiros eram os "mais baixos dos mais baixos" na hierarquia dos campos de concentração, nem os outros presos gostavam deles. Os nazistas torturaram os prisioneiros gays castrando alguns deles e sodomizando-os com itens como vassouras. Eles também realizaram experimentos perigosos com eles para encontrar curas para a febre do tifo e também para a homossexualidade. E mesmo após os judeus serem libertados, os prisioneiros gays continuaram em campos de concentração, isso porque ser gay era ilegal na época.
Hoje em dia o triângulo rosa é usado como símbolo de orgulho pela comunidade LGBT.
Similarmente ao código do lenço, a comunidade LGBT também usava brincos para se identificarem de maneira fácil e segura, só que esse código aparentemente variava de lugar para lugar, o que deixa a coisa toda muito confusa. Em alguns lugares a "orelha gay" era a direita, em outros a esquerda, e ainda existem fontes que dizem que um homem com as duas orelhas furadas era na verdade bissexual.
O significado secreto dos brincos acabou se perdendo (se é que ele sequer existiu) quando homens de brinco ficaram mais populares graças a astros do rock e o movimento punk.
O significado secreto dos brincos acabou se perdendo (se é que ele sequer existiu) quando homens de brinco ficaram mais populares graças a astros do rock e o movimento punk.
Como dizer ao mundo que você era gay, na frente de todo mundo, sem dizer uma palavra sequer? Com arte é claro. Antigamente era muito comum que artistas gays fizessem obras gays, disfarçadas de arte, um dos temas mais usados era a mitologia romana. A coisa era na verdade tão comum que em 2017 o Museu Tate Britain fez uma exposição inteira de arte gay chamada "Queer British Art (1861-1967)".
Outro código secreto gay eram as penas de pavão, comumente usadas nas lapelas. A coisa era tão comum que as penas também apareciam em pinturas gays, como por exemplo na obra "Charles Ricketts and Charles Shannon as Medieval Saints (1920)", que mostra um dos homens claramente segurando uma pena de pavão.
Acabou que o pavão virou um símbolo gay por inteiro, tanto que em 2015 um telespectador atacou virtualmente o canal de televisão NBC por ele ter confundido o pavão do logotipo deles com um "avatar da cultura gay", fazendo com que o canal tivesse de esclarecer a confusão.
Cravos costumam ter uma cor mais avermelhada, amarelada e azulada, mas os homossexuais precisavam de algo mais único para se identificarem em público, já que a flor era bem comum. Assim nasceram os cravos verdes, que eram tingidos artificialmente e também usadas nas lapelas das pessoas.
O escritor Oscar Wilde foi quem popularizou o uso de um cravo verde como símbolo gay em 1892. Ele instruiu seus amigos a usá-los na lapela para a abertura de sua comédia, "Lady Windermere’s Fan". Tornando a flor um símbolo de sua sexualidade.
Já lésbicas usavam violetas, isso porque essa flor era muito usada nas obras da poetiza Safo, que vivia em Lesbos e praticamente foi a responsável pela criação do termo "Lésbica".
O código era tão popular que um escândalo ocorreu em 1926 devido a ele, quando uma personagem feminina da peça "The Captive" enviou violetas para outra personagem feminina. A estudiosa literária Sherrie Inness relatou no National Women’s Studies Association Journal que o tema do lesbianismo nesta peça gerou um alvoroço levando o escritório do promotor distrital da cidade de Nova York a encerrar a produção em 1927.
O código era tão popular que um escândalo ocorreu em 1926 devido a ele, quando uma personagem feminina da peça "The Captive" enviou violetas para outra personagem feminina. A estudiosa literária Sherrie Inness relatou no National Women’s Studies Association Journal que o tema do lesbianismo nesta peça gerou um alvoroço levando o escritório do promotor distrital da cidade de Nova York a encerrar a produção em 1927.
Ainda falando de lésbicas, o labrys é um símbolo comum do feminismo e do orgulho lésbico. Ele é um tipo de machado de dois gumes comumente usado em sociedades matriarcais históricas, por isso virou símbolo do poder feminino. Ele é muito usado em bandeiras e tatuagens hoje em dia, já que... bom... deve ser difícil você sair por aí carregando um machado de verdade.
Em 2005 uma "nova" sexualidade estava começando a se popularizar, era a assexualidade, ou seja, a atração por ninguém. Para se identificarem essas pessoas começaram a usar o chamado anel Ace, que é um anel negro usado no dedo do meio da mão direita.
Na Sociedade para o Anacronismo Criativo, os membros LGBT costumam usar uma pena azul escura para indicar sua afiliação com o Clã Blue Feather, um grupo de membros da SAC que promove o estudo da cultura LGBT e das pessoas na Idade Média. Por causa dessa afiliação, penas azuis também foram usadas em algumas feiras renascentistas e eventos pagãos para identificar homossexuais.
Em alguns círculos gays da cidade de Nova York do início do século XX os gays usavam gravatas vermelhas como um sinal sutil de suas preferências sexuais, a gravata podia ser do estilo normal ou borboleta.
O vermelho foi provavelmente escolhido por ser uma cor muito pouco utilizada em gravatas, já que o mais comum era elas serem pretas, marrons ou azuis.
O vermelho foi provavelmente escolhido por ser uma cor muito pouco utilizada em gravatas, já que o mais comum era elas serem pretas, marrons ou azuis.
Em 1970 o designer gráfico Tom Doerr selecionou a letra grega minúscula lambda para ser o símbolo do capítulo de Nova York da Gay Activists Alliance. Doerr escolheu o símbolo especificamente por seu significado denotativo no contexto da química e da física: "uma troca completa de energia - aquele momento ou intervalo de tempo testemunha uma atividade absoluta".
O lambda tornou-se associado ao Gay Liberation, e em dezembro de 1974, foi oficialmente declarado o símbolo internacional dos direitos de gays e lésbicas pelo Congresso Internacional dos Direitos dos Gays em Edimburgo, Escócia. A organização de direitos gays Lambda Legal e a American Lambda Literary Foundation derivam seus nomes deste símbolo.
E não poderíamos deixar de mencionar o vocabulário LGBT, muitas dessas palavras são conhecidas hoje, mas antigamente só quem era membro da comunidade sabia delas. Então aqui vai um glossário LGBT pra você aprender.
Drag = palavra usada no Polari para identificar uma pessoa de um sexo que age como se fosse de outro.
Queer = pessoa que não segue as "regras da sociedade".
Dolly = pessoa legal, amigável.
Bibi = pessoa bisexual.
Dolly = pessoa legal, amigável.
Bibi = pessoa bisexual.
Alamo = pessoa atraente.
Bitaine = vadia.
Butch = lésbica que se identifica mais com o gênero masculino.
Bear = homens gays peludos e/ou barbudos com sobrepeso.
Twink = homens com aparência jovem.
Chicken = homens que realmente são jovens.
Cottage = banheiros públicos onde se pode ter relações sexuais.
Fantabulosa = algo fantástico.
Amapo = mulher.
Bofe = homem bonito.
Carimbo = doenças sexualmente transmissíveis.
Carão = fazer pose ou debochar de alguém.
Quebrar a louça = quando um homossexual dorme com um hétero.
Ocó = homem.
GDC = "gay de cabeça", pessoa gay mas que age como hétero, ou o contrário.
LGBTQ+ = sigla para "Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais, Transgêneros, Queers e Mais."
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