19 de dezembro de 2016

Os maiores guerreiros do mundo animal

Você já conheceu os maiores guerreiros do mundo, mas animais também participam de guerras o tempo todo, e alguns deles se sobressaem e ganham o coração de muita gente através dos anos, inspirando as pessoas com sua bravura e coragem. 
Agora você vai conhecer alguns deles, então confira e se entretenha conosco.

Domínio público. Defense Visual Information Distribution Service
Cher Ami é com certeza a pomba mais famosa do mundo, seus feitos na Primeira Guerra Mundial são contados até hoje. Tudo começou quando a jovem pombo-correio foi doado pelos britânicos aos americanos, para que eles a usassem enquanto estivessem em solo francês, usar pombos para levar mensagens era comum, mas ninguém esperava que Cher Ami fosse fazer tanta diferença.
Em 3 de outubro de 1918 o Major Charles White Whittlesey e mais de 500 de seus soldados ficaram presos em uma pequena depressão ao lado de uma colina atrás de linhas inimigas sem comida ou munição. Tropas aliadas não sabiam que eles estavam ali e começaram a abrir fogo e matar alguns deles, eles estavam cercados por todos os lados tanto pelos inimigos quanto por fogo-amigo. No final do primeiro dia apenas 190 homens haviam sobrevivido, eles com certeza seriam dizimados no segundo, o Major mandou um pombo-correio com uma mensagem de socorro para a base, mas o pombo foi atingido e morreu, ele tentou novamente e o outro pombo também morreu. Agora havia sobrado apenas uma salvação, uma jovem pomba de penas brilhantes chamada Cher Ami.
A mensagem amarrada a Cher Ami lia o seguinte: "Estamos ao longo da estrada paralela (sic) para 276,4. Nossa própria artilharia está derrubando uma barragem diretamente sobre nós. Pelo amor de Deus, pare". A pomba de guerra era a última salvação dos soldados, mas quando ela alçou voo ela também foi atingida por um tiro, mas para a surpresa geral ela voltou a voar.
Ela voou por 40 Km em 25 minutos, e conseguiu levar a mensagem ao quartel, salvando a vida de 194 homens no total. Cher Ami havia sido atingida no peito, ficou cega de um olho e perdeu uma perna, mas ela completou sua missão.
Cher tornou-se a heroína da 77ª Divisão de Infantaria. Médicos do exército trabalharam para salvar sua vida. Eles também esculpiram uma pequena perna de madeira para ela. Quando ela se recuperou o suficiente para viajar, o pássaro de uma perna foi colocado em um barco para os Estados Unidos, com o General John J. Pershing. Nos E.U.A Cher Ami recebeu a Medalha da Croix de Guerre junto com o Pacote de Folhas de Carvalho de Palma por seu heroico serviço ao entregar 12 mensagens importantes em Verdun.
Ela morreu em Fort Monmouth, Nova Jersey, em 13 de junho de 1919, das feridas que recebeu em batalha e foi mais tarde induzida no Pigeon Racing Hall of Fame em 1931. Ela também recebeu uma medalha de ouro dos Organized Bodies of American Racing Pigeon Fanciers em reconhecimento ao seu extraordinário serviço durante a Primeira Guerra Mundial.
Seu corpo foi empalhado, sua história mostrada em diversos museus e Cher Ami, que significa "Querido Amigo" em francês, nunca será esquecida por seus feitos.

Domínio público
Essa coisinha fofa da foto acima pode não parecer grande coisa, e seu nome, Sargento Stubby, não ajuda a deixar ele menos fofo, mas saiba que esse cão de raça incerta é o cão de guerra mais condecorado da Primeira Guerra Mundial, e o único cachorro a ser promovido a Sargento através do combate. Embora não existam documentos registrando sua patente, ela é reconhecida oficialmente pelo Museu Smithsonian.
Stubby era um Bull Terrier ou Boston Terrier, ele foi encontrado vagando pelo campus da Universidade de Yale em Connecticut, E.U.A em julho de 1917 pelos soldados da 102° Infantaria, normalmente soldados matam cães por pura diversão (algo que acontece até os dias de hoje), mas esses resolveram adotar Stubby como mascote. O Corporal Robert Conroy escondeu Stubby no navio e depois em seu próprio casaco, assim ninguém notou que o cãozinho estava lá. Quando os comandantes superiores de Conroy descobriram o cão, Stubby saudou eles da maneira militar, colocando a patinha na testa, do jeito que os soldados o haviam ensinado, o truque deu certo e ele ganhou a permissão para ficar na base militar.
Stubby não era só um mascote, ele realmente serviu na Guerra por 18 meses, em 17 batalhas diferentes. Em 1918 o cão ficou debaixo de fogo pesado por 1 mês inteiro e foi atingido por uma granada, mas não morreu. Ele foi mandado para o fundo do esquadrão onde seu papel era aumentar a moral dos soldados. Em seu primeiro ano de Guerra ele foi atingido por gás mostarda, então os soldados fizeram uma máscara de gás sob medida para o cão, como se isso não fosse o suficiente Stubby aprendeu a avisar os soldados de qualquer ataque a gás (assim eles não foram mais atingidos), ele também achava soldados feridos no meio do campo de batalha, dizia quando sua equipe de leais humanos deveriam procurar abrigo, e ele até chegou a segurar um espião alemão pelas calças até que os soldados o capturassem. Devido a essas façanhas ele foi "promovido" a Sargento e as mulheres de uma cidade americana costuraram uma jaqueta de camurça para Stubby, onde ele orgulhosamente exibia suas medalhas ganhas.
Stubby ainda chegou a ajudar a libertar uma cidade francesa dos alemães, mas se machucou no peito e na perna devido a outra granada. Quando a guerra acabou Conroy escondeu Stubby novamente e o levou para casa, onde ele se tornou uma celebridade e participou de desfiles. Ele chegou a conhecer os presidentes Woodrow Wilson, Calvin Coolidge e Warren G. Harding. A partir de 1921, ele frequentou a Georgetown University Law Center com Conroy, e se tornou mascote do time Georgetown Hoyas. Ele empurrava a bola de futebol no primeiro tempo ao redor do campo para a diversão dos fãs. Os contos sobre suas façanhas aparecerem em vários jornais, até mesmo fora dos Estados Unidos.
Em 1926 Stubby morreu enquanto dormia aos 10 anos de idade, seu obituário foi de meia página (maior do que o de muitas celebridades na época). Seu corpo foi preservado e está em um museu, e depois disso ele foi apresentado em exibições ao redor do mundo. Em 2018 um filme de animação foi lançado mostrando um pouco da história de Stubby, o filme foi chamado de "Sgt. Stubby: Um herói Americano".

Com certeza depois de tudo isso a lenda de Stubby nunca será esquecida.

Cassowary ColorizationsCC BY 2.0, via Wikimedia Commons
Stubby foi o cão mais condecorado da Primeira Guerra Mundial e Chip foi o mais condecorado da Segunda Guerra Mundial. Sua raça era uma mistura de Pastor-Alemão com Collie e Husky Siberiano, seu dono era Edward J. Wren de Pleasantville, Nova York.
Em épocas de guerra era comum que cidadãos tivessem de doar seus cachorros para uso militares, em 1942 Chip foi mandado para uma escola militar de adestramento em Virginia. Ele serviu com a 3ª Divisão de Infantaria no Norte da África, Itália, França e Alemanha. Seu comandante era o Soldado John P. Rowell. Chip serviu como um cão sentinela para a conferência de Roosevelt-Churchill em 1943. 
Em uma ocasião, Chip alertou os soldados de uma emboscada iminente. Então, com um cabo de telefone anexado a coleira ele correu de volta para a base, se esquivando dos tiros para que o pelotão em perigo pudesse estabelecer uma linha de comunicação e pedir o reforço que eles tão desesperadamente precisavam.
Mais tarde, durante a invasão da Sicília, Chips e seu novo dono ficaram presos na praia, levando chumbo grosso de metralhadoras italianas, Chip não hesitou, ele se soltou de seu comandante e saltou para o bunker inimigo, atacando todos os artilheiros. Os quatro atiradores foram forçados a deixar o bunker e se renderam às tropas dos E.U.A. Na luta ele sofreu uma ferida no couro cabeludo e queimaduras de gás, mas isso não o parou, mais tarde naquele mesmo dia ele ainda ajudou a transportar dez prisioneiros italianos.
Por suas ações durante a Guerra ele foi premiado com a Cruz de Serviço Distinguido, a Silver Star e a Purple Heart, mas depois todos esses prêmios foram revogados devido a uma política do Exército que impedia que animais de guerra ganhassem reconhecimento por suas ações, assim os soldados eram os únicos heróis reconhecidos e eles ganhavam o respeito do público com mais facilidade. Sua unidade não gostou dessa nova norma e não-oficialmente concederam-lhe uma fita com uma ponta de seta e estrelas de batalha, uma para cada uma de suas oito campanhas militares.
A história de Chip virou notícia e ele foi homenageado pelo Comandante Supremo Dwight Eisenhower, mas como Chip não conhecia o Comandante ele mordeu ele na mão.
Chips foi exonerado de suas atividades em dezembro de 1945 e retornou à família Wren, mas depois ele foi dado novamente ao seu comandante depois que ele foi visitar Chip em sua nova casa. Depois disso não se tem mais registros sobre o cão, mas ele possivelmente morreu de causas naturais algum tempo depois.
Em 1990 a Disney fez um filme de TV baseado em sua vida, intitulado Chips, o Cão de Guerra, o que ajudou a espalhar sua lenda ainda mais, até hoje mesmo com essa nova regra dos militares de ignorarem cachorros heróis Chip ainda é lembrado por muitos e sua história ainda é contada, e provavelmente nunca deixará de ser, já que ele se tornou o símbolo do fato de que militares não respeitam animais tanto quanto deveriam.

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