24 de novembro de 2016

Os maiores guerreiros do mundo #2

Guerreiros sempre inspiraram o povo com suas histórias de coragem, e muitos deles são lembrados até hoje como os melhores dos melhores.
Confira a segunda parte dessa matéria e conheça mais alguns dos maiores guerreiros que já viveram.

Outsideobserver24CC BY 3.0 DEED
Pouco se sabe sobre a vida real de Ulf, o Briguento, mas o pouco que se sabe graças as lendas da época mostram que ele foi um grande guerreiro.
Também chamado de Lobo Briguento, o guerreiro irlandês viveu no século XI, sua mãe foi provavelmente morta por vikings durante um ataque surpresa. Segundo algumas fontes históricas Ulf poderia ser o irmão do Rei Brian Boru, mas isso nunca foi oficialmente provado.
Com algumas fontes dizendo que ele tinha cerca de 2 metros de altura e 100 Kg, Ulf ficou cada vez mais violento depois do assassinato de sua mãe, tão violento que alguns diziam que quando ele ganhava uma batalha ele usava o crânio de seus inimigos como taça para suas bebidas.
A maior batalha na qual Ulf lutou foi a de Clontarf em 1040, quando o Lobo lutou contra o poderoso exército viking, possivelmente os mesmos que mataram sua mãe anos antes. Armado apenas com um machado, nada de escudo, dizem que em um certo momento ele sozinho correu contra as fileiras inimigas e foi abrindo caminho no meio deles, cabeças, braços e muito sangue estavam voando por todos os lados. Até que ele finalmente chegou ao comandante inimigo, Brodir, que também era reconhecido como um dos melhores guerreiros do seu tempo. Em poucos minutos o gigante enraivecido venceu a batalha, conta-se que na terceira vez em que Brodir caiu, ele levantou e correu, Ulf gritou: "Correr é coisa para mulheres!". Brodir escapou, mas 6,000 de seus soldados morreram ali mesmo.
O problema é que enquanto Brodir fugia, por pura sorte ele se deparou com a tenda do Rei Brian, que já estava idoso, eles o decapitaram no meio de sua oração. Agora os vikings não tinham matado apenas a mãe de Ulf, mas também seu possível irmão, Rei e amigo.
Em uma hora o pequeno exército de Ulf chegava ao acampamento de seu inimigo e antes que eles pudessem entender o que estava acontecendo a matança já havia começado, qualquer um que se mexia era morto sem pena. Brodir surgiu, então a grande luta teve início, porém a raiva do poderoso Ulf era tão grande que ele derrotou Brodir com as próprias mãos, mas isso não era o suficiente, Ulf enfiou o machado na barriga do homem caído, deixando expostas suas tripas, ele então foi levado até uma árvore e foi amarrado nela para morrer.
Não se sabe ao certo o que aconteceu com Ulf após essa batalha, alguns dizem que ele morreu de tristeza, outros que ele viveu pacificamente após sua vingança. O que se sabe é que o Lobo Briguento virou um nome temido por muitos e por isso ele merece ser lembrado pela história.

Chris Downer/Aberdeen: William Wallace close-up/CC BY-SA 2.0
O guerreiro irlandês Sir William Wallace ficou famoso por causa do filme Coração Valente, onde ele foi interpretado por Mel Gibson. Sua história verdadeira é um pouco diferente da retratada no longa, mas não menos épica.
William nasceu em uma família pobre por volta de 1286, algum tempo depois o Rei Alexander III, que comandava a Escócia, morreu, causando diversos conflitos internos para saber quem iria assumir o posto do Rei. A briga chamou a atenção do Rei da Inglaterra, Edward I, que viu a oportunidade de conquistar o país com facilidade. Ele se ofereceu para ajudar os escoceses, que não sabiam que isso era um golpe. Em pouco tempo a Escócia virou uma extensão da Inglaterra e os nobres nada fizeram, porque temiam uma luta contra o novo Rei.
Wallace provavelmente serviu no exército inglês como arqueiro, e seus colegas o descreviam como um gigante com braços e pernas fortes, mas por algum motivo desconhecido Wallace virou um criminoso. Ele acabou assassinando o sheriffe de sua cidade e, sem outra opção, se tornou uma espécie de mercenário e foi lutar ao lado dos rebeldes que queriam depor o Rei.
Os anos se passavam e Wallace ficava cada vez mais descontente com a Coroa britânica. Devido a sua grande habilidade como guerreiro ele logo se tornou o comandante dos rebeldes e, quando o Rei John Balliol faleceu, Wallace e seu amigo Moray assumiram o título de Protetores do Reino da Escócia. Wallace era ótimo na guerra, não por ser forte, mas por ser esperto, ele sabia posicionar seu pequeno exército no melhor terreno, também sabia reconhecer oportunidades táticas como ninguém naquela época.
Sendo assim ele acabou chamando a atenção dos nobres escoceses que também estavam descontentes com o Rei britânico, foram eles: Andrew Murray, James Stewart, James Douglas e Robert Bruce. 
Com um exército mal armado e sem treinamento de verdade, William Wallace foi para a batalha. A primeira grande luta foi a famosa Batalha de Stirling, onde os escoceses enfrentaram o poderosíssimo exército inglês e graças a inteligência de Wallace, que usou um rio para ganhar vantagem, venceram. Após essa batalha William foi nomeado Chefe dos Exércitos Escoceses por Robert Bruce.
Na segunda batalha, a de Falkirk, o próprio Rei comandou o exército britânico e Wallace perdeu a batalha e teve de fugir. John Mentieth, seu próprio compatriota, lhe traiu e o entregou a coroa inglesa, assim William foi mandando para Inglaterra onde foi julgado, sem direito a defesa, e condenado a morte. Antes de morrer ele olhou o Rei nos olhos e disse: "Eu não posso ter traído o Rei Edward porque eu nunca fui seu servo". O rei ficou puto da vida e William foi enforcado, amarrado, castrado e teve as entranhas arrancadas, por último sua cabeça foi cortada e seu corpo picado, para que as partes fossem enviadas para servir de exemplo.
Wallace perdeu a guerra mas sua coragem inspirou os outros soldados a nunca desistir de uma batalha, não importa o quão improvável a vitória pareça. E deu certo, poucos anos depois de sua morte a Escócia finalmente se livrou do domínio britânico e Wallace foi declarado herói nacional.

Elliott Brown from Birmingham, United Kingdom, CC BY-SA 2.0 , via Wikimedia Commons
Você deve ter notado que a maior parte desses guerreiros lendários viveram muitos séculos atrás, mas isso não quer dizer que não existam guerreiros mais atuais, e um ótimo exemplo é o nepalês Lachhiman Gurung, que fez fama na Segunda Guerra Mundial.
Nascido em Dakhani, Nepal, Lachhiman Gurung não era o típico soldado, para se ter uma ideia ele tinha apenas 1,49 m de altura, mas como eles estavam em guerra eles permitiram que ele se alistasse para o Exército da Índia Britânica.
Com 27 anos ele foi designado para o 8º Gurkha Rifles, depois de ter passado pelos treinos básicos sua companhia recebeu a ordem para uma importante missão: impedir o avanço de tropas japonesas. Mas o que seus superiores esqueceram de avisar era que o número de soldados japoneses era muito maior do que o esperado, em pouco tempo eles estavam ferrados.
No meio da batalha, os japoneses jogaram 3 granadas na trincheira onde Gurung estava, bravamente (e rapidamente) ele se livrou de duas delas jogando-as de volta aos japoneses, mas quando ele ia jogar a terceira, ela acabou explodindo em sua mão, ele perdeu os dedos, machucou o braço, o rosto, corpo e a perna direita.
Ele percebeu que tinha apenas dois aliados vivos, mas incapacitados, então resolveu que mesmo sem a mão iria continuar lutando. Pegou seu rifle e matou todos os japoneses que vinham para cima deles. Ninguém sabe exatamente como, mas Lachhiman defendeu sua posição por incríveis quatro horas, espantando os japoneses com apenas um braço, enquanto o outro sangrava. Depois da chegada dos reforços os soldados foram recolhidos e a contagem de corpos era de 87 japoneses inimigos.
Gurung ficou cego de um olho e perdeu o movimento de sua mão, mas resolveu continuar sendo um soldado por mais alguns anos, porque agora a Índia tinha se livrado do controle britânico. Ele foi recompensado com a Victoria Cross, a maior condecoração do exército.
Se casou duas vezes, teve 5 crianças e se aposentou, um de seus filhos virou um soldado no mesmo batalhão do pai, o 8º Gurkha Rifles. Virou um fazendeiro de gado e viveu em paz até o fim de sua vida, em 2010 ele morreu sofrendo de pneumonia aos 92 anos. Até hoje seus feitos são contados, não em lendas e cantigas, mas em sites, livros e revistas, e ele é considerado um dos maiores soldados da atualidade.

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